domingo, outubro 31, 2004

Ponto da Situação


Todos os portistas têm de ter consciência que estamos numa época de transição e de reestruturação da equipa depois de duas épocas fantásticas.

Muita coisa mudou para além do treinador, mas o mais grave terá sido, em minha opinião, o erro de casting na preparação da próxima época. Com os cofres cheios assistiu-se a algum esbanjar de dinheiro característico do novo-riquismo e se já seria difícil preparar a equipa para uma nova época recheada de êxitos, esses objectivo ficou ainda mais difícil com os erros cometidos na preparação e contratção de novos treinadores e jogadores.

Não sou adepto das ditas chicotadas psicológicas, muito menos no princípio de época, a haver mudança de treinador só quando a época estiver definitivamente perdida e então sim, tal como aconteceu quando Mourinho foi contratado, escolher um treinador com capacidade e ambição para preparar atempadamente a nova época.

Desde já destaco alguns nomes de jovens treinadores portugueses que, segundo a minha óiptica, deverão estar sobre observação: José Couceiro, Carlos Carvalhal e Vítor Pontes, entre outros.


Nacional da Madeira, 2 - FC Porto, 2


Tudo dentro da normalidade se o FC Porto não estivesse a ganhar por 2-0 quando o relógio marcou 90 minutos, depois... bem depois foi o descalabro.

Aos 91 minutos e na sequência de um canto, num corte infeliz, Raul Meireles introduziu a bola na própria baliza. Aos 93 minutos Luís Fabiano, numa jogada de insistência, mandou a bola ao poste, perdendo a oportunidade de matar o jogo. No minuto seguinte e novamente na sequência de um canto, Adriano saltou sem oposição e meteu a bola na baliza de Baía, era o 2 a 2. Aos 95 minutos terminou o jogo.

Má arbitragem a condizer com o jogo, tendo toda a gente sido prejudicada e, em especial, o público.


VSC Guimarães, 1 - FC Porto, 0


FC Porto fora da Taça de Portugal. Não há muito mais a dizer, derrota justa.

Além do mau jogo, mais uma vez o FC Porto só funcionou durante meio tempo, há a salientar o excesso de virilidade, para não falar em voiolência empregue por alguns jogadores em alguma jogadas, as principais vítimas foram Areias e Costinha.


segunda-feira, outubro 25, 2004

Homenagem a João Moreno


A Chama do Dragão não quer deixar de prestar homenagem a João Moreno, presidente da Associação Académica de Coimbra falecido no passado sábado, 23 de Outubro, vítima de cancro.




A Académica de Coimbra, vulgo Briosa, tem a sua história ligada à obra e personalidade de João Moreno que morreu como quiz, como Presidente da Briosa.

Positiva a atitude dos adeptos de futebol que estavam nas bancadas do Estádio do Dragão que durante o minuto de silêncio o cumpriram respeitosamente. Negativo algum, pouco, ruído que veio do sector destinado às claques antes de terminar o minuto de silêncio. Mais uma vez alguns (poucos) elementos de uma claque de futebol deram mostras de falta de civismo, educação e respeito.

Honra a João Moreno e os nossos sentidos pêsames à sua família e a todos os academistas.

Um grande EFE-ERRE-A para João Moreno!


FC Porto, 2 - FC Penafiel, 0


Jogo sem grande história, valeu os três pontos e pouco mais.

Uma primeira parte razoável por parte do FC Porto e dois golos de, quem poderia ser, McCarthy. A segunda parte deu para adormecer, desta vez não fui ao estádio e cheguei mesmo a fechar os olhos por períodos mais ou menos longos.

Os dois golos de McCarthy vieram mostrar que o avançado está com instinto de goleador o que nos leva a questionar, mais uma vez, a necessidade da dupla aquisição Luís Fabiano, Hélder Postiga, sobretudo deste último. Não terá aqui havido algum desperdício de dinheiro? Algum novo-riquismo?

Luís Fabiano apesar de jovem já deu provas de grande goleador, teve azar com a lesão e necessita de uma melhor adaptação ao futebol europeu, onde, não tenho dúvidas se irá revelar o grande craque que é. Quanto ao Hélder Postiga, já tenho algumas dúvidas, fez uma época para esquecer em Inglaterra, depois de ter saído do FC Porto com o estatuto de vedeta, regressou ao FCP esta época, mas não está a mostrar o mesmo instinto que o caracterizou no passado. Parece revelar alguma imaturidade e vedetismo, somadas a algumas subtis picardias, que faz quando está em campo, que podem prejudicar seriamente a equipa. Espero estar enganado em relação à análise que fiz ao desempenho de Hélder Postiga, mas a verdade é que não tenho gostado do que tenho visto.

Do jogo há ainda a destacar o minuto de silêncio, no princípio do jogo, em homenagem a João Moreno, presidente da Académica de Coimbra que faleceu no passado sábado.


Notas d'A Chama do Dragão


Esta notas d'A Chama do Dragão são ainda referentes ao último Benfica-Porto, pois por manifesta falta de tempo foi impossível escreve-las antes.

Negativa foi a atitude de Carolina Salgado, não porque seja diferente dos outros ou tenha mais privilégios, vivemos numa época em que os privilégios já não existem (felizmente), mas porque como companheira de Pinto da Costa não deve, nem pode, fazer o que fez, indo para junto das claques e participar activamente em atitudes indignas de falta de civismo e educação. Atitudes essas que ultrapassaram os limites das regras de convivência e boa educação, seja quem for o visado e tomada por quem quer que seja, muito mais grave porque foi tomada por uma figura pública que, por sinal é a companheira/esposa de Pinto da Costa. Atitudes desta desprestigiam o clube, que não as merece, e dá trunfos aos detractores do FC Porto. Nota muito negativa para a atitude de Carolina Salgado.

Negativas foram também as incidências em torno do jogo e particularmente depois do jogo. Quanto aos tais propalados penáltis, se todos os árbitros marcassem penaltis por faltas semelhantes, não havia jogo que não terminasse com 5 ou 6 penaltis para cada lado, caso se pretenda transformar o futebol num jogo semalhante ao andebol (em número de golos por jogo, entenda-se) então estaremos no bom caminho. Quanto ao célebre peteroctátilo (espécie de frango pré-histórico)de Vítor Baía, caso o árbitro tivesse validado o lance, já muito se escreveu, fizerem-se estudos e montagens rigorosas e não há uma conclusão, embora seja minha convicção que, e depois de ter visto cuidadosamente as imagens dezenas de vezes, que a bola entrou na sua trajectória ascendente depois de ter batido sobre a linha de golo, mas se todos tivemos tanta dificuldade em analizar o lance de uma forma séria e mais ou menos objectiva, não terá sido muito maior a dificuldade do árbitro que tve de decidir em segundos e sem capacidade de recorrer ao que quer que seja? É evidente que a sua decisão poderá ter influenciado o resultado final (ninguém sabe como jogaria o FC Porto caso o SL Benfica tivesse empatado o jogo), pois nada nos garante que o jogo daí para a frente se desenrolasse do mesmo modo. Lamentavelmente negativa a atitude dos dirigentes do Benfica em insinuarem o que não podem provar, pondo em causa, no melhor futebolês, a honorabilidade do árbitro e trazendo para a discussão pública a vida privada de Pinto da Costa. Muito negativa esta atitude, é por isso que afirmei acima que a atitude de Carolina Salgado incentiva este tipo de atitudes, por isso para além de ter sido o que já foi dito antes foi também uma atitude infantil, gratuita e estúpida.

Positiva foi a primeira parte do do FC Porto e o magnífico golo de Benni McCarthy. Ufa! Estava a ver que não encontrava nada positivo.


quarta-feira, outubro 20, 2004

PSG, 2 - FCP, 0


O FC Porto esta época já fez jogos maus, outros assim-assim e ocasionalmente bons ou parcialmente bons, este foi o pior de todos e há que assumí-lo.

Por parte do FC Porto estiveram em campo 14 homens a chutar numa bola, do outro lado esteve uma equipa de futebol, modesta, mas batalhadora e que sabia o que fazer em campo.

O melhor português em campo foi, sem sombra de dúvida, Pauleta.

E mais não tenho para dizer, a não ser que lamento o mau jogo da minha equipa.


segunda-feira, outubro 18, 2004

Para onde vais Futebol


Depois do triste espectáculo, antes e depois do jogo da Luz, independentemente dos erros que o árbitro possa ter cometido.

A verdade é que se tem incendiado tanto o nosso futebol que as rivalidades naturais entre clubes passaram a ódio gerando-se uma guerra onde vale tudo, até os ataques pessoais servem para ser arremessados.

O triste espectáculo dos dirigentes dado na Luz só bem demonstrar que o sistema do futebol está bem vivo. O sistema da incapacidade, da falta de elegância e civismo, da impreparação cultural e intelectual da generalidade dos dirigentes desportivos portugueses. Dos Clubes ao Governo, da Liga à Federação, ninguém está isento desta falta de nível.

Infelizmente o problema não é só português e neste fim-de-semana na Holanda, um jogo teve de ser acabado antes do fim do tempo regulamentar devido a titudes racistas tidas por parte do público. Se o futebol é o espelho da sociedade e, portanto, é aqui que as frustrações dos cidadãos se exprimem porque a psicologia de grupo faz com que os recalmentos da semana sejam postos de parte, este acontecimento é grave, muito grave, e preocupante também. Muito mais do que uma ou outra má decisão de um árbitro ou aquilo que A, B ou C faz na sua vida privada.

Quando digo vida privada é mesmo vida privada, porque crime já passa a ser do domínio público.


domingo, outubro 17, 2004

SL Benfica, 0 - FC Porto, 1


E a sexta jornada veio provar que o campeonato de Outubro está renhido.

Agora mais a sério. Excelente jogo, sobretudo na primeira parte, não porque o FC Porto foi francamente superior, mas porque ninguém complicou o que não havia necessidade de complicar.

Jogo partido, em que o domínio do FC Porto na primeira parte foi total, concretizado com um golo, mas que até podia ter acontecido pelo menos outro, pois oportunidades não faltaram. Por volta dos 9 minutos McCarthy intercepta um mau passe de um defesa benfiquista e marca um golo monumental. Durante toda a primeira parte o FC Porto passeou toda a sua classe e, quem gosta de futebol, deliciou-se, independentemente da equipa da sua devoção. No fim da primeira parte lembrei-me do artigo que escrevi anteriormente e achei que no tocante ao desportivismo e à influência de factores estranhos ao próprio jogo estava em consonância com o descrito e, ao contrário da disputa entre Leonor Pinhão e Miguel Sousa Tavares, havia um vencedor nítido. Óptimo, o espectáculo estava a ser bom e o FC Porto estava a ganhar com todo o mérito e até podia ter dilatado a vantagem.


Mas faltava a segunda parte. Aqui os papeis inverteram-se, a equipa mais pressionante passou a ser o SL Benfica, nalguns casos o desportivismo dos intervenientes ultrapassou os limites, e factores estranhos ao desenrolar do jogo poderão ter tido influência no resultado final, embora eu ache que a haver um vencedor esses só pia ser o FC Porto, mas o empate não seria escândalo nenhum.

Na segunda parte o SL Benfica entrou com vontade de dar a volta ao resultado e fazer esquecer a má primeira parte. Tudo bem, nada a apontar. Pareceu-me, no entanto que houve algum excesso de impetuosidade, talvez provocado pela vontade de chegar ao empate, ou talvez porque alguns estivessem convencido que só pela força se poderia ultrapassar a qualidade de jogo do advesário. Em resultado dessa impetuosidade começaram a surgir jogadas em que a virilidade ultrapassou aqui e ali o razoável e a complicar as decisões do árbitro.

O primeiro caso foi o do alegado penalti de Seitaridis sobre Karadas, não me pareceu penalti, pois Karadas entrou com tudo estava a agarrar e era agarrado pelo defesa portista e conseguiu rematar (mal) sem oposição. Na entrada de pé em riste de Nuno Gomes sobre Pepe e consequente desforra deste, a culpa vai toda para os jogadores, que poderiam e deveriam ter evitado aquela situação, mas também me parece que a solução mais adequada seria a amostragem do amarelo a ambos e não o vermelho, mas o árbitro optou pelo vermelho. Também não posso dizer que o vermelho não tenha sido a decisão correcta, pelo menos teve o mérito de segurar o jogo, quando ele estava a ameaçar descambar.

Entretanto o SL Benfica atacava mais, mas não criava perigo real, até que por causa de um erro crasso de Vítor Baía (se fosse golo não era um frango, mas uma autêntica avestruz) se criou uma grande confusão. Depois de ver as imagens várias vezes não consigo chegar a uma conclusão, popis quando Baía larga a bola ela sobe e ao descer cai sobre a linha de baliza, mas não a ultrapassa totalmente (portanto aqui não é golo), a minha dúvida surge quando a bola sobe e Baía lhe dá a palmada levando a bola a embater na trave e a sair totalmente da zona, aqui é que surge a dúvida, mas infelizmente a SporTV não tinha uma câmara no enfiamento da linha final que nos permitisse tirar essa dúvida. Deste modo sou obrigado a aceitar a decisão do árbitro, fosse ela qual fosse, pois quer ele quer o árbitro auxiliar estavam melhor colocados para julgar no instatnte se foi, ou não, golo.

Curiosamente na segunda parte a melhor oportunidade de golo que surgiu numa jogada limpa e não fruto de uma jogada duvidosa ou de um erro enorme de um adversário, pertenceu ao FC Porto quando Quaresma efectuou o cruzamento que colocou a bola nos pés de Maniche, este rematou de pronto e Moreira defendeu com a ponta dos dedos. O árbitro mandou repor a bola em jogo através de um pontapé de baliza, quando devia ter marcado canto contra o SL Benfica.

Em conclusão se o jogo tivesse terminado com um empate não escandalizaria, mas por tudo o que de bom fez, ao longo de todo o jogo, inclusivamente a melhor oportunidade de golo da segunda parte pertenceu ao FC Porto, e pragmaticamente, a haver um vencedor esse só podia ser o FC Porto.

O homem do jogo foi indubitavelmente Diego, mesmo que tenha baixado de produção ao longo da segunda parte, quanto o jogo passou a ser mais impulsivo e menos técnicista. Na equipa adversária destaco a prestação de Miguel.

Como nota final fiquei contente por constatar que o FC Porto está a transformar-se novamente numa equipa e a deixar de ser simplesmente um conjunto de excelentes jogadores.


Leonor Pinhão vs Miguel Sousa Tavares


Gostei de ler n'A Bola de hoje o frente-a-frente entre Leonor Pinhão e Miguel Sousa Tavares.

Tratou-se de um bom jogo em que os intervenientes demonstraram inteligência e saber. Bom domínio de bola de parte a parte, tacticamente perfeito e, aqui e ali, algumas jogadas de um virtuosismo só ao alcance dos melhores.

O tempo útil de jogo foi elevado, pelo que a presença do árbitro nem se notou, o que só abona a seu favor. Excelente fair play por parte dos jogadores que jogaram o jogo pelo jogo sem recorrerem a subterfúgios ou a jogadas menos limpas.

Ambos demonstraram claramente que os incendiários do futebol estão aqui a mais e, já agora, quem paga (e muito) para ir ao futebol dispensa claramente as "guerras de bilhetes", que encheram páginas de jornais durante esta semana.

Foi um excelente jogo para a propaganda do adepto de futebol, bem disputado e com muitos golos, não houve vencedor, mas o resultado foi justo.

Nota positiva também para a secção Cautchú do mesmo jornal, que nos mostra os três cenários possíveis para o desfecho do jogo, sem dramatismos e com humor, que teve o condão de por benfiquistas e portistas a rir em conjunto. Boa atitude, sobretudo depois da imbecilidade da "guerra dos bilhetes".

Quanto ao jogo de logo espero que esteja à altura do acima descrito, só desejo que o resultado seja outro, isto é, a vitória do FC Porto, outros desejarão outro desfecho.

É o jogo.


sexta-feira, outubro 15, 2004

Selecção Nacional


Bravo rapazes não esqueceremos o jogo dos 7-1 com a Rússia, estão de parabéns, mas também não esqueceremos os 2-2 com o Lichenstein, mas agradecemos a resposta que souberam dar.

Quanto ao Sr Scolari e utilizando a sua própria linguagem terceiro-mundista só lhe digo: vai pró c... fdp. Pronto, acabei de me colocar ao nível dele, mas um homem também não é de ferro. Paciência.

Já nem pergunto ao Sr. Scolari (ou ao Sr. Madaíl) o porquê da não convocação do Baía e note-se que até já só digo convocação e não colocá-lo a titular, porque convocar o Baía é o mínimo que jogadores como ele, ou o Figo, ou o Rui Costa, entre outros, merecem, desde que se disponibilizem para tal. Mas pergunto ao Sr. Scolari porque é que não convoca o Moreira?

Grande exibição de Deco, que já contra o Lichenstein tinha sido o que mais tentou remar contra a maré. Bravo Deco espero que consigas o título da FIFA de melhor do mundo de 2004, pois bem o mereces pelo que fizeste ao seviço do FC Porto, da Selecção Nacional Portuguesa e agora também ao serviço do FC Barcelona.


No jogo com a Rússia Deco fui simplesmente extraordinário quer pelo que jogou, quer pelo que fez jogar, quer pelo ajuda que prestou aos companheiros. Bravo Deco, os portistas e os portugueses não mais te esquecerão.

Ainda em relação ao jogo da Rússia, se de facto Deco foi excepcional todos os restantes estiveram a um nível excelente, dos quais destaco Cristiano Ronaldo, mas todos os outros foram de uma qualidade e de uma vontade muito acima da média. É certo que resultados destes dificilmente se repetirão, mas a atitude demonstrada por todos deve ser sempre a norma.

Para finalizar, se os jogadores levarem este exemplo de entrega e lealdade para o próximo Benfica-Porto então, estou certo, iremos assistir a um grande jogo independentemente do resultado. Que os jogadores saibam dar as respostas que muitas vezes os dirigentes, técnicos e até o público muitas vezes não sabem.




terça-feira, outubro 12, 2004

Em vésperas do Benfica-Porto


Ao contrário de anos anteriores, aparentemente tudo está calmo em vésperas deste grande jogo. Os intervenientes directos mantêm-se calados ou com contenção nas palavras. Ainda bem. Pois o Benfica-Porto é apenas mais um jogo e nada mais do que um jogo.

Tudo está calmo nas vésperas do grande jogo! Tudo? Não! Tal como os irredutíveis gauleses há sinais de que alguma coisa mexe debaixo da calma aparente. A diferença é que os irredutíveis gauleses tinham uma razão e uma causa para serem irredutíveis.

Já no ano passado aconteceu o mesmo no Sporting-Porto, este ano, e para já, é no Benfica-Porto. Espero que nunca aconteça num Porto-QualquerCoisa, se acontecer fica já aqui a crítica extensiva a todos os que tomarem atitudes semelhantes, sejam eles quem forem (nem por retaliação admito tal ideia).

Em nome da segurança os dirigentes benfiquistas, tal como os sportinguistas, recusaram os bilhetes a que por lei têm direito as equipas visitantes. Mas qual segurança? Não haverá aqui um paralelo entre esta situação e a tentativa censória a Marcelo Rebêlo de Sousa? Quero dizer, parte-se do princípio que se não houver apoiantes da equipa adversária a equipa da casa ganha de certeza, tal como alguns políticos pensam que se tentarem calar as críticas o seu lugar deixa de estar em perigo. Mas afinal o jogo desenrol-se nas bancadas ou rectângulo verde. Estranha lógica esta...

Já aqui falei em relação às claques. Não sou grande fã de claques, pelo menos enquanto continuarem organizadas como estão, mas se acho que os clubes não devem apoiá-las ou dar-lhes privilégios, enquanto tiverem atitudes que prejudicam objectivamente os respectivos clubes, a verdade é que elas existem e não podemos ignorá-las.

Ora é por isso mesmo que mandava o bom senso que fossem colocadas num local onde a segurança dos estádios as pudessem observar e controlar para evitar desmandos, porque não é boicotando o envio bilhetes a que o clube adversário tem direito, que se evita que os adversários arranjem bilhetes. Muitos bilhetes. Com esta atitude de não disponibilizar bilhetes, pelos menos os devidos por lei, a direcção do Benfica está a correr um risco desnecessário e a incentivar atitudes anti-desportistas que podem inclusivamente degenerar em tragédia, porque apoiantes rivais ficam misturados e o fanatismo não está ausente em cada um dos grupos apoiantes.

Não menos responsável é a direcção da Liga de Clubes, entidade responsável pela organização da Superliga, e que não faz os clubes respeitar as suas próprias normas, sejam eles quais forem, porque a penalização para os ptrevaricadores é ridícula.

Apelo ao bom senso de todos e que ninguém, benfiquistas ou portistas, responda às provocações que esta situação poderá inevitavelmente criar, que todos se concentrem no espectáculo dentro das quatro linhas e no apoio às respectivas equipas, cujos artistas têm obrigação de proporcionar um excelente espectáculo e depois... bom depois que vença o melhor, isto é, o que merecer vencer por mérito próprio.

Só espero que no fim do jogo não apareçam uns senhores a lementar situações sucedidas, chorando lágrimas de crocodilo e lançando acusações a troto e a direita, ou ao sistema, porque todos fazem parte do dito sistema e cada um deve assumir as suas próprias responsabilidades e sobretudo agir preventivamente, porque já por cá andam incendiários suficientes, por isso não se deve apagar fogos com gasolina.

Caso venha a acontecer alguma tragédia, que espero sinceramente que não se verifique, fica já aqui claro que, nesta situação, responsabilizo os dirigentes da Liga de Clubes e do SL Benfica, por não fazerem cumpri, ou por não cumprirem a lei.

terça-feira, outubro 05, 2004

Reconhecimento


Num post anterior fizemos duras críticas às claques portistas, e não só, e em particular à dos Superdragões. Por lapso no mesmo post esquecemo-nos de realçar um aspecto positivo da Claque dos Superdragões. No final do jogo entre o FC Porto e o CF Belenenses a Claque chamou McCaharthy até junto de si para uma ovação especial, em troca Benni deu-lhes a sua camisola do jogo. Lindo e positivo.

As claques devem acarinhar os jogadores e a equipa e não perder-se com questões pessoais, extra-desportivas, que põe em causa a credibilidade dos adeptos e podem prejudicar seriamente o próprio clube. Como não somos de rancores, nem agimos por preconceito, quando achamos que merecem elogios não os esqueceremos, assim como quando merecerem ser criticados não perdoaremos.

Uma pequena nota: o futebol é um jogo colectivo que necessita de individualidades que saibam fazer a diferença no momento certo. Quero com isto dizer que é mais provável que uma equipa com um forte colectivo e poucas individualidades ter mais êxito do que uma equipa recheadas de individualidades, mas sem colectivo. Por isso incentivemos os jogadores que merecem destaque, mas não esqueçamos os outros, porque todos são necessários. Quando se ganham jogos é graças ao empenho e eficácia de todos e não somente do jogador que fez aquele passe, ou marcou aquele golo, porque para que isso fosse possível fui fundamental a acção colectiva da equipa.


segunda-feira, outubro 04, 2004

Notas d'A Chama do Dragão


Negativa é a reacção do público quando assobia a equipa, ontem voltou a acontecer quando as coisas não saiam na perfeição como o impaciente povo portista pretendia. esta atitude é francamente negativa, porque cria mais nervosismo e ansiedade na equipa, felizmente que ontem a equipa respondeu à altura em relação a esta atitude estúpida do público, logo após uma monumental assobiadela marcou um golo e aqueles que ainda estava a assobiar tiveram de engolir o assobio e passaram a aplaudir. Se em vez de assobiar a equipa a insentivassem de princípio a fim tivessem mais êxito, mas a estupidez existe em todo o lado e por isso muitos portistas não fogem à regra, se querem criticar podem e devem fazê-lo posteriormente, nunca durante o jogo, durante o jogo todos precisam do nosso apoio.

Positiva a reacção dos jogadores às assobiadelas de uma parte dos "adeptos".

Positiva a reacção do público em relação à atitude das claques organizadas, em particular dos Superdragões de imediato secundada pelo Colectivo. Mais uma vez se ouviu a partir das claques o grito de "SLB! SLB! SLB! filhos da p..." vocês sabem o resto. Eu sei que todas as claques têm gritos idênticamente ofensivos em relação aos clubes rivais e em particular em relação ao FCP, mas a má educação dos outros é preocupação dos outros e não minha e só os classifica a eles, mas a má educação dos meus já é uma preocupação minha. Este tipo de gritos só revela estupidez, falta de urbanismo, falta de civismo e menoridade intelectual, características de mentes mesquinhas e de horizontes muito limitados, felizmente que em todas as ocasiões em que tal grito surgiu o público reagiu com uma monumental assobiadela que abafou e calou a iniciativa da claque (como já tem acontecido noutras ocasiões), pelo menos foi assim que interpretei e se foi assim então sim, nesta situação espero ouvir uma forte assobiadela no Dragão, da mesma forma que espero também ouvir uma forte assobiadela sempre que no Dragão alguém manifeste atitudes racistas.

Negativas certas atitudes das claques já descritas no parágrafo anterior. É verdade que não tenho grande consideração pelo comportamento das claques (sejam elas de que clube forem), ou melhor pela forma como estão organizadas, em minha opinião as claques devem existir para organizar o apoio à respectiva equipa de princípio a fim do jogo, por isso tudo o que ultrapasse este princípio ultrapassa a legitimidade de uma claque.

Negativa também a minha atitude em relação à equipa, porque estou demasiado ansioso e impaciente e por isso algumas críticas podem ser injustas, mas parece-me evidente que a equipa está a subir de rendimento e só precisa de um pouco mais de sorte na finalização, em particular o fabuloso Luís Fabiano.

Positivo o resultado e a boa exibição de alguns jogadores, em particular Diego e Benny McCarthy (mas não só), que começam a mostrar entrosamento e que nos garantem um futuro cheio de êxitos, como diz a canção do Pedro Abrunhosa: "é preciso ter calma e não dar o corpo pela alma".

Notas de rodapé: Tencionava escrever sobre o assunto mais próximo da visita do Chelsea de Mourinho ao Dragão, mas já que estou com o lanço todo... fica já dito aqui, embora deva regressar ao assunto, depois do episódio da cuspidela e da atitude digna de Mourinho (mostrando carácter e não querer confundir um grupo de mal-educados com os portistas e sobretudo de respeito ao Clube o que esses ou esses energúmenos não tiveram), um elemento responsável da claque que teve a tal atitude veio afirmar publicamente (e até teve cobertura jornalística) que não só não se arrependia como iriam fazer a vida negra a Mourinho quando ele viesse ao Porto. Perante tais afirmações pergunto se as claques servem para apoiar a equipa ou para a prejudicar? De certeza que no interior das claques existe muita gente com qualidade, então não se deixem manipular e façam a vossa revolução no interior das respectivas claques, pois como se costuma dizer: quem cala consente ou está de acordo, digo eu. Doutra formade nada valem as claques e os clubes não devem dar qualquer privilégio ou apoio àqueles que, em vez de o apoiarem, o prejudicam, e quem quiser organizar uma claque que fique sujeito às mesmas regras que qualquer outro apoiante.

Já vi atitudes muito interessantes por iniciativa das claques portistas, mas não calarei o meu protesto sempre que presenciar atitudes que considere menos correctas, venham de onde vierem, sejam as claques, Pinto da Costa, Vítor Fernandez, Jogadores, Mourinho, ou alguém ligado, agora ou no passado, ao clube. De igual modo não deixarei de aplaudir os mesmos, ou outros, sempre que, segundo o meu critério, tenham um contributo positivo para o FC Porto, em particular, e o desporto em geral.

Para terminar, quando Mourinho entrar no Dragão como treinador do Chelsea, vou levantar-me e aplaudi-lo de pé (espero que a esmagadora maioria da tribo portista faça o mesmo), não por aquilo que é pessoalmente (que até não me diz nada), mas pelo serviço que fez nos dois anos e meio que esteve à frente do nosso FC Porto, a partir desse momento inicial passsarei a apoiar, do princípio a fim, o nosso FC Porto, como aliás já o tinha feito com o aplauso a Mourinho, pois ao fazê-lo, mais do que à pessoa, estive a aplaudir o meu clube e quem contribuiu para os seus êxitos mais recentes. Porque só há uma História e essa não se apaga nem se reinventa. No fim do jogo estarei a aplaudir os meus jogadores pela excelente exibição que fizerem, independentemente do resultado final, que espero que seja uma vitória concludente e brilhante que está perfeitamnete ao seu alcance.


FC Porto, 3 - CF Belenenses, 0


Finalmente uma vitória dilatada e logo contra uma das equipas melhor orientadas e que tem praticado melhor futebol na presente temporada.

No entanto o FC Porto mostrou ainda algumas das deficiências habituais sobretudo ao nível da fluidez de jogo e interligação de sectores e também na finalização. Aliás é mesmo aqui, na finalização, que a equipa tem falhado mais, apesar de muitas vezes fazer um futebol desgarrado a verdade é que cria bastantes, ou suficientes (para não exagerar), oportunidades para fazer golo que depois não consegue concretizar. Já foi dito noutro artigo qualquer deste blog, que McCarthy tem de jogar mais tempo, nesta fase de adaptação de Luís Fabiano talvez fosse melhor que McCarthy fosse a primeira opção ou, no mínimo que jogasse meia parte do desafio.

A assistência média aos jogos continua a ser mais do que razoável, ontem assistiram ao jogo 39.418 adeptos de futebol, que conseguiram apreciá-lo a espaços.

Nota positiva para as exibições de Giorkos Seitaridis, Ricardo Rocha, Costinha, Maniche, Diego e McCarthy. Não quer dizer que os outros tenham jogado mal, mas ou porque estão a recuperar de lesões prolongadas (Derlei), ou porque estão ainda em fase de adaptação (Luís Fabiano, embora aqui também tem havido alguma falta de sorte que irá ser ultrapassada não tarda), ou porque tem pouco jogo nas pernas (Carlos Alberto, tal como McCarthy precisa de mais tempo de jogo), ou porque mostrararm alguma falta de entendimento (Pepe e Pedro Emanuel, aqui tem havido mexidas em quase todos os jogos e neste sector precisa de haver uma sincronia total entre os centrais para que nada falhe, é preciso mais treino entre todas as opções possíveis). Quanto aos restantes: Víctor Baía pareceu-me algo intranquilo (será fruto da falta de confiança no entendimento entre os seus centrais?); Ricardo Quaresma é um fantasista, mas peca por querer inventar de mais, duas ou três jogadas de génio por desafio é pouco, tem de jogar mais para a equipa. Hugo Leal jogou pouco e não trouxe nada de novo à equipa.


A arbitragem pareceu-me pouco segura. Quanto à falta de Juninho que justificou a sua expulsão confesso que no jogo fiquei com a ideia que foi justa, mas estou na bancada nascente e a jogado passa-se junto da bancada poente, por isso não posso ajuizar com rigor, ainda não vi as imagens na televisão, mas já li que foi mal expulso. Que me lembre não vi qualquer penalti por assinalar. A arbitragem não foi boa nem isenta e a mim interessa-me que elas sejam boas e isentas. Acho que os erros da arbitragem estão basicamente relacionados com a falta de qualidade demonstrada por este árbitro neste jogo. Qualidade precisa-se, não entro no jogo das insinuações, porque só posso falar sobre aquilo que vi, o que eu quero é que nada nem ninguém estranho ao jogo possa influenciar o resultado e a consequente distribuição dos pontos. Neste jogo houve erros graves da arbitragem, mas o FCP jogou mais do que suficiente para justificar a vitória até por números mais dilatados, embora reconheça que o Belenenses foi a equipa mais prejudicada pelas decisões do árbitro (mais pelo que li à posteriori, do que pelo que observei no jogo), assim como acho que para repor alguma justiça no resultado o Belenenses também merecia o seu golito.


sexta-feira, outubro 01, 2004

Liga dos Campeões





Grupo H (ao fim de 2 jornadas)

6 pontos
4 pontos
1 ponto
0 pontos


Na época passada o FC Porto começou mal o Campeonato Nacional e a Liga dos Campeões. Nos campeões, ao fim da 2.ª jornada tinha empatado fora com o Partizam de Belgrado e perdido em casa com o Real Madrid, tinha portanto o mesmo mísero ponto desta época, mas não voltou a perder na Liga dos Campeões e, no final da época era Campeão Nacional e Europeu. Quem sabe se a graça não se repete este ano, pode ser difícil, mas nada é impossível e os campeões só o são no fim, nunca no princípio.