É verdade, estou farto do futebol.
Estou farto dos adeptos que não são adeptos, dos adeptos que se preocupam mais com as derrotas dos rivais do com as vitórias do seu próprio clube.
Estou farto dos dirigentes desportivos e das sua ignorância, falta de ética, civismo, grunhice, etc.
Estou farto do excesso de jogos transmitidos pela televisão, estou farto dos milhares de programas televisivos onde painéis de comentadores falam como autênticos imbecis afectados pelo vírus da clubite aguda.
Estou farto das conversas de café em torno do fenómeno futebol.
Estou farto do negócio que é hoje o futebol.
Admiro o espectáculo e a arte de bem jogar futebol, mas tudo o mais, tudo o que às claras ou escuras envolve o fenómeno futebol e desportivo em geral me desagrada.
O futebol deixou de ser um jogo, uma actividade lúdica que servia para socializar as pessoas e que agora serve apenas para criar grupos de fanáticos, que vivem o futebol como se fosse a coisa mais importante das suas vidas, como se mais nada interessasse, como se a vida de cada um se resumisse ao futebol e nada, mas mesmo nada, para além do futebol existisse.
Por mim estou farto, por isso resolvi fazer a minha resistência passiva a este fenómeno degradante da condição humana.
Continuarei a vibrar e a emocionar-me com as vitórias do clube do meu coração, mas resolvi deixar de fazer parte da engrenagem, não pelo meu clube, mas por aquilo em que o futebol em geral se transformou.
Nessa perspectiva deixei de ser sócio do meu clube e de ter lugar anual no meu estádio. Deixo também de escrever neste blog durante uns tempos e, sempre que o fizer não será para comentar este ou aquele jogo. Nada me move contra o clube.
Hoje sou uma micronésima gota no oceano, mas se as consciências começarem a despertar, seja a que clube e nacionalidade pertençam, talvez esta minúscula gota se transforme no oceano.
VIVA O FC PORTO!