terça-feira, novembro 30, 2004

Porto, Palermo, Londres e Moscovo


No momento actual José Mourinho é, sem sombra de dúvida, o maior treinador de futebol do Mundo. Por isso mesmo deveria preocupar-se somente com as coisas do futebol, que embora importante, não passa de um jogo que dá milhões a alguns, e alegrias e tristezas, isto é, emoções a muitos milhões.

O futebol tem também excessiva cobertura mediática, pelo que os seus actores deveriam reflectir um pouco mais sobre as afirmações que proferem e, quando tal se justifica, retratar-se de afirmações menos felizes. É uma forma de estar na vida e de educar os mais jovens.

Por isso mesmo Mourinho, cujo ego ofusca mesmo o brilho do próprio Sol, deveria ser mais comedido em certas afirmações que faz e, para as quais, não tem manifestamente capacidade nem estatura ética e cultural. Quando do incidente de Londres com um, ou vários, energúmenos que integravam a claque do FC Porto, Mourinho desvalorizou, e muito bem, um acto isolado, afirmando que não confundia aqueles indivíduos com a massa adepta do FCP. Esteve de parabéns e, tanto quanto me lembro, fiz-lhe aqui um elogio e critiquei severamente os que cometeram tal acto, como voltarei a fazê-lo se reincidirem.

Voltou agora à carga para justificar a necessidade de segurança pessoal na sua deslocação ao Porto. Não precisava de fazê-lo, qualquer cidadão tem direito a usar a segurança que entender por se sentir ameaçado, por isso até reconheço que José Mourinho tem razões para não prescindir dela. Mas ao tentar fazer blague com a situação, Mourinho inverteu as suas afirmações de Londres colocando-nos a todos o rótulo de arruaceiros. Foi lamentável e espero que venha a reconhecê-lo, da mesma que elogia um tal árbitro inglês que lhe telefonou a pedir desculpa por uma má decisão num determinado jogo, que terá prejudicado o Chelsea. Lá diz o ditado: "faz aos outros aquilo que queres que te façam a ti".

Com a sua afirmação/generalização, Mourinho não só insultou os portista como todos os habitantes do Porto e Palermo, de onde não se fizeram esperar reacções. É bem feito. Não devemos generalizar, porque para além de mostrar intolerância, mostra também ignorância e falta de tacto. Se gosta tanto de generalizações também poderia ter falado de Moscovo, por onde polulam as máfias russas, ou de Londres onde o basfond é incomensuravelmente maior do que em qualquer das cidades citadas na sua entrevista. Aí teve cuidado, porque é dessas cidades que recebe o seu chorudo salário, porque é aí que estão os seus patrões e não porque todos os londrinos ou moscovitas sejam mafiosos, que não são, como é evidente, mas como também não o são os portuenses ou os cidadãos de Palermo.

Generalizações? Não! Obrigado!

Já dizia Vasco Santana: "Chapéus há muitos, seu...".


No próximo dia 7 de Dezembro estarei o Estádio do Dragão, onde pretendo aplaudir de pé a entrada em campo do maior treinador de futebol do momento.

Lamento que José Mourinho tenha a pretensão de que pode estar só contra o Mundo, mesmo reconheço-lhe os méritos, pois foi o treinador que mais e maiores glórias trouxe ao FCP, mas foi também o que tirou maior proveito dessas mesmas glórias. Portanto estas coisas funcionam (e funcionaram) nos dois sentidos.

Meu caro Mourinho, não desbarate o potencial de simpatia que tem por estas bandas, é que o Mundo dá muitas voltas e, por isso, não devemos cuspir no prato que alguma vez nos alimentou, isso é colocar-se ao nível dos energúmenos de triste figura que estiveram em Londres.


segunda-feira, novembro 29, 2004

VFC Setúbal, 0 - FC Porto, 1


Primeira parte bem jogada por ambas as equipas, principalmente pelo FC Porto que conseguiu criar algumas oportunidades de golo, tendo concretizado uma por Jorge Costa.

Bravo Jorge Costa pela garra e pelo espírito do Dragão mais uma vez demonstrada, mas às vezes vale a pena refrear um pouco os ânimos, pois aqueles amerelos foram dispensáveis.

Não percebi muito bem a sustituição de Quaresma, enquanto que Hélder Postiga continuou em jogo, que mais tade foi sustituído por Carlos Alberto, depois de César Peixoto ter subtituído Diego. Eu sei que há muitos jogadores lesionados e castigados, mas não haverá aqui zig-zag a mais?

Segunda parte pragmática por parte do FC Porto, que demonstrou grande espírito de sacrifício e uma entre-ajuda constante entre todos os jogadores, os quais apostaram fortemente no colectivo e no objectivo de alcançarem os 3 pontos que lhes permitiria, permitiu, ficar isolado no primeiro lugar da Superliga com uma vantagem de 2 pontos sobre o 2.º classificado o B... Boavista.

Parabéns Victor Fernandez pelo aniversário, que as prendas se repitam jornada a jornada.

A arbitragem demonstrou um nível técnico fraco, prejudicando as duas equipas e o espectáculo. No deve e haver talvez o mais prejudicado tenha sido o FCP.


sexta-feira, novembro 26, 2004

CSKA, 0 - FC Porto, 1


Óptimo resultado, melhor ainda os 3 pontos, aliás nesta jornada as equipas portuguesas estão todas de parabéns, porque todas fizeram os 3 pontos como lhes competia e que tanta falta nos fazem.

Voltando ao CSKA-FC Porto. Foi uma exibição personalizada num terreno muito difícil e disputado com 12 graus negativos. A vitória do FCP, mesmo com um pouco de sorte à mistura foi brilhante e, de facto o nosso Porto foi superior ao adversário.

Infelizmente esta magnífica vitória ainda não é suficiente para garantir a permanência do FCP na Liga dos Campeões, mas praticamente garante a continuação na Taça UEFA e põe de parte uma eliminação precoce das competições europeias.

Infelizmente estamos nesta situação por culpa própria devido aos empates em casa com o CSKA e o PSG. Apesar do FCP não depender só de si para continuar na Liga dos Campeões vamos ter esperança e esperar que a equipa se supere contra o Chelsea e consiga vencer depois, bom depois é esperar que o PSG tenha um deslize no seu jogo com o CSKA. Lembro que estas equipas têm atambém possibilidade de passar à fase seguinte ou para a Taça UEFA, embora a vantagem seja do PSG o certo é que o CSKA poderá fazer uma surpresa.

A ver vamos...


segunda-feira, novembro 22, 2004

FC Porto, 0 - Boavista FC, 1


Mais uma vez e por motivos pessoais estive impedido de ver este jogo, no entanto li e vi os resumos que passaram nas televisões à posteriori.

Em primeiro lugar considero indesculpável a atitude de McCarthy que prejudicou seriameente a equipa, não só neste jogo, mas também naquele, ou naqueles, que terá de cumprir obrigatoriamente de castigo.

Mais uma vez os descontos foram fatais.

Sejamos pragmáticos: equipa que não marca arrisca-se a sofrer. Foi o que aconteceu. Já nem adianta falar na falta de qualidade da arbitragem, que validou mais um golo fora de jogo e que se esqueceu do cartão vermelho para Éder (nem um cartão amarelo depois de uma falta violentíssima sobre McCarthy, nada a que já não estejamos habituados). Há que lutar contra estas adversidadades, no entanto não foi trágica a derrota do FCP frente ao Boavista, sobretudo porque quer o SCP, quer sobretudo o SLB tudo fizeram para impedir que o FCP descesse para o segundo lugar.

Será que Pinto da Costa vai agora, também, pedir uma audiência ao Governo para se queixar da incompetência das arbitragem? Para quê pedir que incompetentes julguem outros incompetentes? o FCP não precisa de favores de ninguém, só precisa de jogar o que sabe e pode.

Preocupante é a onda de lesões, fruto de um início de época mal preparado, mas o campeonato ainda vai no adro e o Rio Ave provou que ninguém, por mais favorito que seja, possa jogar descansado, porque o futebol é uma caixa de surpresas e as equipas, mesmo as consideradas pequenas, perderam o medo dos chamados grandes e assim sendo ninguém pode continuar convencido de que as camisolas vencem jogos. Os ditos grandes, incluindo o FCP, que se cuidem. Jogo fantástico do Rio Ave. Parabéns!

Só no final do campeonato é que iremos ver quem é a equipa mais regular e, como se costuma dizer, pela boca morre o peixe, pois quando Filipe Vieira disse que iria começar a festejar o título na cidade do Porto, era mais lógico que se procupasse mais com o desempenho da sua equipa do que com o "ovo no cu da galinha". Desculpem lá a grosseria, mas a paciência tem limites e, como dizia Artur Jorge, no final do campeonato os erros da arbitragem até são equilibrados, pelos menos, e acrescento eu, para os grandes. Será?

Será que o SLB vai devolover ao Rio Ave o ponto ganho na Luz com um golo em nítido, repito, em nítido fora de jogo? Talvez seja melhor pedir mais uma audiência a um qualquer ministro. Talvez ao calceteiro marítimo, que é o que mais abunda no Governo.

Não se cansem com vencesdores antecipados, cria demasiadas expectativas e causa um stress tremendo. Vão apoiando as respectivas equipas porque no fim o vencedor será aquele que somar maior número de pontos.

Não há volta a dar.

domingo, novembro 14, 2004

Gil Vicente FC, 0 - FC Porto, 2


Vi o jogo de uma forma intermitente, por isso não posso fazer uma análise muito cuidada do mesmo.

Em primeiro lugar pareceu-me que o FC Porto jogou q.b. o que não é bom, nem é mau, mas resultou.

Depois destaca-se a lesão de Diego, que esteve 10 minutos em jogo e sofreu mais faltas do que qualquer outro jogador ao longo dos 90 minutos. Saiu lesionado por causa de um toque por trás e o causador da falta nem sequer foi admoestado. Os árbitros têm que se preocupar em proteger os artistas, porque são esses que levam o público aos estádios, não os caceteiros. Uma coisa é uma falta que é fruto da própria virilidade do jogo, outra é o constante uso da falta sobre determinados jogadores com o nítido objectivo de os arrumar daquele e de outros jogos. Diego poderá estar afastado dos relvados durante alguns jogos, se não é grave para o campeonato, porque é longo, e qualquer deslize pode ser recuperado, já o mesmo não se põe em relação às competições europeias, onde é fundamental que todos estejam nas condições ideais para disputar o jogo. Perante este facto espero que Maniche, como grande jogador e profissional que é e mesmo depois de uma época extremamente desgastante, se assuma como o patrão da equipa do meio-campo parar a frente.

Quanto ao jogo notou-se falta de coordenação entre Nuno e os centrais mas, apesar de tudo, Nuno fez uma defesa apertada e importante que impediu que o Gil Vicentre crescesse. Dois golos muito bons, em particular o de Quaresma que é simplesmente genial, é um coelho tirado da cartola do Harry Potter. Fantástico!

Não tão vistoso, mas extremamente oportuno foi o golo de Costinha que adivinha com muita antecedência o local onde vai cair a bola e... quando ela lá chega ele já lá está. Muito bom!

O Gil poderia ter marcado o golo de honra, mas os três pontos já não fugiriam.

Para já chegamos ao primeiro lugar, agora é fazer tudo para o manter.

Benfica, Campeão Pré-Natal


Este ano, um outro clube de Lisboa, mais encarnado, foi dado como campeão logo no início do campeonato. Afinal, foi um campeão pré-natal.

Talvez para o ano já saibam o AEIOU, o que ainda está a anos-luz de saber jogar futebol.

Estamos em primeiro!!!!!!!!!!!!!!


terça-feira, novembro 09, 2004

Atrás da Orelha


Em substituição do ACUSO! "2" (Antigo), mas mantendo o mesmo endereço, surge o Atrás da Orelha. É um novo blog ainda sem projecto, mas o tempo fará dele o que muito bem entender, poderá ser sério ou divertido, poderá ser bom ou não valer nada, tudo dependerá da disponibilidade que lhe possamos dar e da qualidade do que escrevermos. A palavra é vossa e cá ficamos à espera das vossas críticas.





FC Porto, 3 - Sporting CP, 0


Primeiro clássico jogado no Estádio do Dragão.


8 de Novembro de 2004

Jogo interessante, embora na primeira parte um tanto ou quanto atabalhoado, no entanto a segunda parte foi bem jogada por parte do FC Porto.

O Sporting deu réplica, mas foi indisciplinado e inferior ao FC Porto ao longo de todo o jogo. Destacou-se, no Sportins, Carlos Martins, que só jogou os últimos 30 minutos e Rui Jorge na primeira parte. No FC Porto realce para Diego, Costinha e McCarthy, mas toda a equipa está de parabéns, sobretudo porque lutou e soube actuar como equipa e tirar partido das capacidades individuais de que dispõe. O primeiro golo tardou, mas foi justo.

Ora descubram lá como terminava esta frase... aceitam-se apostas.


Boa assistência no Dragão e a equipa conseguiu reconciliar-se com os adeptos, que desta vez saíram satisfeito do Estádio, quer com o resultado, quer com a exibição




quarta-feira, novembro 03, 2004

FC Porto, 0 - PSG, 0


Mais do mesmo, já não há muito a dizer. Continua a não existir uma equipa, em campo estão onze jogadores desgarrados, que se perdem em lateralizações e abatidos animicamente.

A falta de adaptação de algum jogadores e o treinador, educado sem dúvida, mas incapaz de por a equipa a funcionar, já não explica tudo. Já aqui disse e repito, não sou adepto de chicotadas psicológicas, mas se até Fevereiro ou Março o FCP não mostrar outra qualidade a solução está na contratação de um jovem e ambicioso treinador português, que prepare a época seguinte e seja capaz de corrigir os diversos erros de casting desta época de novo-riquismo, tal como aconteceu quando da contratação de José Mourinho. Candidatos há muitos já o afirmei em posts anteriores, mas volto a repetir: José Couceiro, Carlos Carvalhal ou Vítor Pontes, entre outros.

O jogo foi uma constante de passes mal feitos, péssimo domínio de bola, falta de visão de jogo e concentração e, curiosamente, os jogadores do FCP até parecia que estavam a jogar pela primeira vez no Dragão, pois até as chuteiras foram mal escolhidas, porque os jogadores estavam sempre a escorregar. Falhas a todos os níveis até ao nível daqueles que parecem insignificantes.

Temos consciência de que esta época é uma época de transição mas exigimos um pouco mais de empenho e atitude e menos vedetismo por parte de alguns jogadores, até porque grande parte deles ainda não provou nada ao serviço do FC Porto, alguns nem em Portugal nem na Europa, por isso menos vedetismo e mais atitude precisa-se urgentemente.