O Senhor Filipe Scolari foi contratado pela Federação Portuguesa de Futebol para seleccionador e treinador da Selecção Portuguesa de Futebol. O Senhor Filipe Scolari exigiu determinadas condições, nomeadamente de salário e de poderes que lhe foram integralmente concedidas. Se algo correr mal os responsáveis são os Senhores Gilberto Madaíl e Filipe Scolari, respectivamente presidente da FPF e selecionador/treinador de Portugal. Se tudo correr bem estarão de parabéns.
Não vou falar dos custos dos estádios que endividaram as câmaras, não vou falar da chantagem patrioteira que o Governo tem feito sobre os trabalhadores que não vêm satisfeitos os seus direitos, já não falo de reivindicações. Esta chantagem faz-me lembrar a daquelas famílias que, antes de receberem uma qualquer pessoa com a qual fazem alguma cerimónia, advertem os filhos para se portarem bem que depois, para os compensar, lhes darão um presente. Não vou falar da vontade de, durante alguns dias, se prentender dar uma imagem de nós que não corresponde à real e que, após a finalização do evento, tudo volta à triste realidade. Não vou falar do desemprego. Não vou falar do tão habitual improviso dos Portugueses. Não, não falar de nada disso. Vou falar das opções do Senhor Filipe Scolari.
Não vale a pena bater nas opções deste e do anterior governo, faltam poucos dias para o início do Euro 2004 e o que não tem remédio, remediado está. Como português o meu desejo é que equipa nacional seja constituida pelos jogadores que, no momento, estão em melhor forma para o desempenho da sua função. Não me interessa o clube que representam, as suas opções políticas ou sociais, as suas relações pessoais e familiares. Só me interessa que joguem, e que joguem bem.
A tarefa de seleccionador não é fácil. Portugal tem um lote de 35 a 40 jogadores que têm legítimas aspirações a representar a selecção nacional. Deste modo tenho a dizer que o conjunto e qualidade técnica dos jogadores seleccionados é globalmente boa, se Scolari conseguir em 20 dias fazer deles uma equipa, o que não conseguiu nos últimos 2 anos, estará de parabéns.
No entanto todos os treinadores de bancada têm tendência, e o direito, de fazer a sua própria selecção. Não fujo à regra e, embora concordando genericamente com as opções de Scolari tenho quatro ou cinco críticas em relações às escolhas tomadas. Então cá vão elas:
Em primeiro lugar lamento a não convocação de Boa Morte, pois este jogador fez uma boa época ao serviço du Fulhan e sempre que chamado à selecção foi um jogador aplicado e esforçado.
Não compreendo a convocação de Hélder Postiga, pois raramente jogou ao longo da época no Tottenham e poucas vezes foi chamado à selecção onde, por falta de ritmo competitivo, nunca sobressaiu.
Também não compreendo muito bem a opção por Petit, porque é um jogador muito faltoso e não acrescenta nenhuma mais-valia (sobretudo se for a primeira escolha) às restantes opções para o meio-campo.
Poderia ainda questionar a opção por Beto em vez de Meira, mas aqui prevaleceu o gosto pessoal de Scolari e nem vale a pena levantar qualquer polémica sobre esta escolha, embora preferisse Meira.
Deixei propositadamente a opção Ricardo para o fim, mas antes ainda de falar deste jogador em particular quero, desde já, aplaudir fortemente a escolha de Moreira. Quanto a Ricardo considero-o um excelente guarda-redes (não tem nada a provar a ninguém), mas este ano fez uma época desastrosa, quer ao serviço do Sporting, quer ao serviço da selecção. Todos temos momentos em que estamos menos bem, não é nenhuma tragédia, ora ao insistir sistematicamente na sua escolha Scolari ficou sem campo de manobra e por isso não lhe restou outra opção, pois a sua não convocação, nesta altura, poderia afectar psicologicamente o homem, mais do que o jogador. Por isso é que a casmurrice de Scolari revelou particularmente neste caso falta de tacto.
Lamento ainda a não convocação (eu digo convocação, nem sequer me refiro a ser a 1.ª escolha) de Baía. Gostava de compreender a perseguição de que foi alvo este jogador, quais as infracções graves que cometeu, para que um jogador que foi (se calhar ainda é) um dos melhores do mundo no seu lugar tenha sido sistematicamente ignorado. Um jogador que foi dado como acabado para o futebol devido a lesão muito grave, que consegue recuperar e fazer nos dois últimos anos duas excelentes épocas merecia um pouco mais de respeito. Mas enfim, são formas de ver.
Gostava de saber quem tramou Vítor Baía. Que exemplo se pretende dar? Quem, além do próprio, se pretende atingir? O que está por detrás de toda esta trama?
O respeito não se ganha com autoritarismo, mas sim com autoridade ética e profissional e capacidade de gestão dos recursos de que se dispõe.
No fim, se algo correr mal (espero que não) a responsabilidade do fracasso será sempre de Scolari e de Madaíl, nunca dos jogadores. Aos jogadores podemos e devemos exigir profissionalismo, jogo limpo, fair-play e entrega total, ao longo dos jogos, ao País de que orgulhosamente vestem a camisola.
Confiamos em todos vós, independentemente de neste ou naquele caso preferissemos outra opção, mas essa tarefa coube a Scolari, não a vós, nem a nós, por isso estamos convosco. Não vos exigimos que ganhem o Euro, mas exigimos que dêm o litro em todos os jogos e em todos os minutos que estiverem em campo.
Temos orgulho em vós, façam por merecê-lo.
Não vou falar dos custos dos estádios que endividaram as câmaras, não vou falar da chantagem patrioteira que o Governo tem feito sobre os trabalhadores que não vêm satisfeitos os seus direitos, já não falo de reivindicações. Esta chantagem faz-me lembrar a daquelas famílias que, antes de receberem uma qualquer pessoa com a qual fazem alguma cerimónia, advertem os filhos para se portarem bem que depois, para os compensar, lhes darão um presente. Não vou falar da vontade de, durante alguns dias, se prentender dar uma imagem de nós que não corresponde à real e que, após a finalização do evento, tudo volta à triste realidade. Não vou falar do desemprego. Não vou falar do tão habitual improviso dos Portugueses. Não, não falar de nada disso. Vou falar das opções do Senhor Filipe Scolari.
Não vale a pena bater nas opções deste e do anterior governo, faltam poucos dias para o início do Euro 2004 e o que não tem remédio, remediado está. Como português o meu desejo é que equipa nacional seja constituida pelos jogadores que, no momento, estão em melhor forma para o desempenho da sua função. Não me interessa o clube que representam, as suas opções políticas ou sociais, as suas relações pessoais e familiares. Só me interessa que joguem, e que joguem bem.
A tarefa de seleccionador não é fácil. Portugal tem um lote de 35 a 40 jogadores que têm legítimas aspirações a representar a selecção nacional. Deste modo tenho a dizer que o conjunto e qualidade técnica dos jogadores seleccionados é globalmente boa, se Scolari conseguir em 20 dias fazer deles uma equipa, o que não conseguiu nos últimos 2 anos, estará de parabéns.
No entanto todos os treinadores de bancada têm tendência, e o direito, de fazer a sua própria selecção. Não fujo à regra e, embora concordando genericamente com as opções de Scolari tenho quatro ou cinco críticas em relações às escolhas tomadas. Então cá vão elas:
Em primeiro lugar lamento a não convocação de Boa Morte, pois este jogador fez uma boa época ao serviço du Fulhan e sempre que chamado à selecção foi um jogador aplicado e esforçado.
Não compreendo a convocação de Hélder Postiga, pois raramente jogou ao longo da época no Tottenham e poucas vezes foi chamado à selecção onde, por falta de ritmo competitivo, nunca sobressaiu.
Também não compreendo muito bem a opção por Petit, porque é um jogador muito faltoso e não acrescenta nenhuma mais-valia (sobretudo se for a primeira escolha) às restantes opções para o meio-campo.
Poderia ainda questionar a opção por Beto em vez de Meira, mas aqui prevaleceu o gosto pessoal de Scolari e nem vale a pena levantar qualquer polémica sobre esta escolha, embora preferisse Meira.
Deixei propositadamente a opção Ricardo para o fim, mas antes ainda de falar deste jogador em particular quero, desde já, aplaudir fortemente a escolha de Moreira. Quanto a Ricardo considero-o um excelente guarda-redes (não tem nada a provar a ninguém), mas este ano fez uma época desastrosa, quer ao serviço do Sporting, quer ao serviço da selecção. Todos temos momentos em que estamos menos bem, não é nenhuma tragédia, ora ao insistir sistematicamente na sua escolha Scolari ficou sem campo de manobra e por isso não lhe restou outra opção, pois a sua não convocação, nesta altura, poderia afectar psicologicamente o homem, mais do que o jogador. Por isso é que a casmurrice de Scolari revelou particularmente neste caso falta de tacto.
Lamento ainda a não convocação (eu digo convocação, nem sequer me refiro a ser a 1.ª escolha) de Baía. Gostava de compreender a perseguição de que foi alvo este jogador, quais as infracções graves que cometeu, para que um jogador que foi (se calhar ainda é) um dos melhores do mundo no seu lugar tenha sido sistematicamente ignorado. Um jogador que foi dado como acabado para o futebol devido a lesão muito grave, que consegue recuperar e fazer nos dois últimos anos duas excelentes épocas merecia um pouco mais de respeito. Mas enfim, são formas de ver.
Gostava de saber quem tramou Vítor Baía. Que exemplo se pretende dar? Quem, além do próprio, se pretende atingir? O que está por detrás de toda esta trama?
O respeito não se ganha com autoritarismo, mas sim com autoridade ética e profissional e capacidade de gestão dos recursos de que se dispõe.
No fim, se algo correr mal (espero que não) a responsabilidade do fracasso será sempre de Scolari e de Madaíl, nunca dos jogadores. Aos jogadores podemos e devemos exigir profissionalismo, jogo limpo, fair-play e entrega total, ao longo dos jogos, ao País de que orgulhosamente vestem a camisola.
Confiamos em todos vós, independentemente de neste ou naquele caso preferissemos outra opção, mas essa tarefa coube a Scolari, não a vós, nem a nós, por isso estamos convosco. Não vos exigimos que ganhem o Euro, mas exigimos que dêm o litro em todos os jogos e em todos os minutos que estiverem em campo.
Temos orgulho em vós, façam por merecê-lo.
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