quinta-feira, fevereiro 26, 2004

AÍ ESTÁ O SISTEMA!


O FC Porto, 2 - Manchester United, 1 foi dos melhores espectáculos futebolísticos a que tivemos oportunidade de assistir nos últimos tempos. Os portugueses devem estar orgulhosos por terem uma equipa capaz de se bater de igual para igual com qualquer dos monstros sagrados do futebol europeu e mundial.

Ontem todos vimos o sistema a funcionar. O sistema de jogo do FC Porto.

segunda-feira, fevereiro 23, 2004

FC PORTO, 3 - VSC GUIMARÃES, 0


Jogo morno em que o FC Porto a pensar mais no Manchester do que num adversário que efectivamente não criou quaisquer problemas. Resultado justo e arbitragem sem erros significativos para nenhum dos lados.

Preocupante a situação do Guimarães, pois trata-se de uma equipa com prestígio, um bom plantel e história na 1.ª divisão do futebol nacional e vê, infelizmente, com cada vez maior nitidez o fantasma da despromoção.

Uma nota relativamente ao comportamento das claques. Não gosto de certas atitudes das claques, nomeadamente quando o seu apoio à sua equipa se resume ao insulto torpe e alienado de instituições ou jogadores, ontem mais uma vez todas as claques deram este mau exemplo, principalmente a do Guimarães á qual responderam as dos Porto. Ora quando se usam as mesmas armas perde-se a razão e por isso a desculpa não serve de atenuante ao mau comportamento das claques. Lindo é quando estas fazem os seus cânticos de apoio à equipa ou aos jogadores, isto sim dá brilho ao espectáculo. Espero que no jogo com o Manchester não se calem durante todo o jogo, mesmo que ele não esteja a correr tão bem quanto todos desejávamos.

De realçar o novo relvado do Dragão que se mostrou excelente e ao nível do velhinho das Antas. A propósito de relvado é incompreensível que um problema que se resolveu em dois ou três dias, com relva natural, se tivesse arrastado por cerca de cinco longos e penosos meses. Os responsáveis que assumam as suas responsabilidades e incompetência, ou sejam obrigados a assumí-las.

Rescaldo da jornada: Todas as semanas se houve dizer a responsáveis do Benfica, mas principalmente do Sporting, que o Porto ainda vai perder pontos e que por isso o campeonato ainda não está decidido. Toda a gente tem consciência que o campeonato ainda não está decidido, mas curiosamente sempre que vêm a público tais afirmações são os nossos adversários que perdem pontos no jogo seguinte. Será que o braço do dito sistema bicéfalo vai muito mais longe do que se imagina? Eu não acredito, até porque sou ateu.

Só vi a segunda parte do Gil Vicente-Sporting e de forma intermitente, no fim o Sporting queixou-se do árbitro, mas não se queixou dos golos falhados e das simulações (mais uma vez) do senhor Liedson, que pode ser grande jogador, mas não é o Brasil, como pomposamente tentou fazer crer a propósito de tristes episódios da história recente do nosso futebol. Pelo que vi foi um jogo bem disputado em que ambas as equipas tentaram chegar à vitória. Não vi o penalti nem a expulsão por isso não posso fazer comentários aos que não vi. Mas vi o senhor Liedson a simular um penalti na perfeição e não levar qualquer cartão, vi novamente o senhor Liedson a jogar a bola com o braço na área do Gil Vicente e não levar qualquer cartão, vi ainda o senhor Liedson a provocar um contacto com um defesa gilista seguido de aparatosa queda à entrada da área seguido da marcação de um livre perigoso contra o Gil Vicente e mostragem do cartão amarelo ao jogador gilista por uma falta que foi provocada pelo senhor Liedson.

Faço aqui um apelo a todos os jogadores de todas as equipas, deixem-se de simulações e façam aquilo que devem fazer, e bem, jogar à bola, este sim é o verdadeiro fair play.

segunda-feira, fevereiro 16, 2004

NOVO RELVADO NO DRAGÃO


O site oficial do FC Porto anuncia que o relvado do Dragão vai ser substituído e que estará pronto a ser utilizado no jogo com o Manchester United no próximo dia 25 de Fevereiro. Eventualmente poderá ser estreado já no próximo jogo com o Vitória de Guimarães.

Ora aí está uma excelente notícia.

SL BENFICA, 1 - FC PORTO, 1


Tecnicamnete não foi um grande jogo, embora a espaços tivesses algumas boas jogadas, valeu pela emoção e pela incerteza do resultado até ao último segundo.

Houve fair-play. O árbito não complicou, apesar de ou outro erro, dos quais o mais grave terá sido uma grande penalidade de Argel sobre Jorge Costa que ficou por assinalar. Os jogadores, treinadores e dirigentes respeitaram-se e viveram o jogo pelo jogo, a este respeito de salientar que durante a semana que o antecedeu não se verificaram os tristes acontecimentos de outros jogos.

Resultado justo, mas se qualquer das equipas tivesse ganho não escandalizaria. Bonito golo de Simão Sabrosa.

As equipas cumpriram. O Benfica deu o tudo por tudo para se aproximar do Porto e do Sporting, o Porto fez uma gestão eficaz das energias e do resultado.

A assistência apoio as respectivas equipas do primeiro ao último minuto.

Para que este jogo tivesse sido um excelente cartaz para o Euro 2004 só faltou que fosse melhor jogado de uma forma contínua, pois infelizmente assistiu-se muitas vezes a um jogo de repelões.

Não foi, nem nunca seria, por causa do resultado deste jogo, fosse ele qual fosse, que os portugueses sairiam da depressão em que se encontram. É bom relembrar aos dirigentes políticos, que tanto gostariam que as atenções se virassem para outro lado, que o País da alienação e dos 3 "FF" já acabou à quase trinta anos.

Quanto ao futuro? faltam 12 jornadas o Porto tem 7 jogos em casa e 5 fora, já jogou com os potenciais candidatos ao título com vantagem nos jogos directos, tem 5 pontos de vantagem sobre o Sporting e 9 sobre o Benfica. O campeonato parece estar ao seu alcance, mas tem que continuar a prová-lo dentro do campo.

domingo, fevereiro 15, 2004

DOMINGO "BOU" À BOLA


Como é habitual nos dias em que o Porto vai fora fazer jogos importantes, juntamos um grupo de amigos e vamos ver o jogo a casa de um de nós. É uma daquelas reuniões de alienação, ou talvez melhor, de terapia de grupo. Embora a maioria seja portista (grupo no qual me incluo), também há benfiquistas, sportinguistas, boavisteiros e até vimaranenses e ainda aqueles que se estão a marimbar para o futebol e para qualquer clube (estes normalmente quando o jogo termina nem costumam saber o resultado).

Duas ou três horas antes do jogo começamos a chegar, cada qual com a sua multa. Uns chouricitos, um naco de presunto, uns franguitos (isto nos jogos de futebol dá sempre jeito), uns camarõezitos, umas cervejolas, uns whiskizitos, uns sumitos (pois é verdade, também há aqueles que por opção não bebem álcool) e mais aquilo que a imaginação de cada um ditar.

Estamos todos reunidos. Começam os primeiros disparates, as primeiras previsões, os primeiros comentários à semana futebolesa. Tudo no mais puro e vernáculo futebolês.

Começa o jogo. Sentamo-nos todos (ou quase) em frente do ecrã, primeiro em silêncio, mas logo surgem as primeiras provocações. Culpamos os dirigentes, os treinadores, os árbitros, os jogadores, os comentadores, o estádio, o relvado e até, em ocasiões especiais, a bola. Entretanto os que não ligam ao futebol sentam-se de maneira que lhes permita admirar as nossas reacções.

O hooliganismo aumenta praticamente na mesma proporção em que aumenta a idade de cada um. Há sempre um ou dois que deambula pela casa com uma garrafa de cerveja numa mão e uma coxa de frango na outra e que, de vez em quando, regressa à sala para provocar aqueles que no momento estão mais preocupados com o desenrolar dos acontecimentos.

Chega o intervalo para retemperar forças e logo voltar ao jogo.

Repetem-se as cenas da primeira parte. Aqueles para quem o desenrolar do jogo é perfeitamente indiferente tentam arranjar maneira de chamar a atenção dos outros, mas acabam por desistir e lá bebem mais uma cervejola.

O jogo acaba. Estamos todos exaustos, como se tivessemos jogado. Faz-se o comentário do jogo e criticam-se as decisões tomadas ou as atitudes deste ou daquele.

Atacamos na mesa e, de repente acordamos do jogo e voltamos à realidade. Já ninguém quer saber do jogo. O jogo já passou. Voltamos à vida real. Aos impostos que temos de pagar, aos aumentos que muitos de nós já não recebem pelo segundo ano, à degradação das condições de trabalho, à prestação da casa que é preciso pagar, às férias que não vamos poder fazer, à prepotência do Governo, à situação internacional preocupante, etc.

O jogo, seja qual for o resultado, foi apenas um jogo, que nos ajudou a esquecer momentaneamente as nossas frustrações e preocupações, mas que rapidamente retomam o seu verdadeiro lugar na vida real. O futebol, apesar de muitos tentarem, já não é somente alienação, mas pode (e deve) ser um momento de sublimação que nos transporta para a realidade tão depressa como nos transportou para fora dela.

Está na hora de cada um regressar a casa. Independentemente do resultado do jogo e das cores clubísticas, cimentamos ainda mais a nossa amizade e cumplicidade. O jogo foi simplesmente um jogo, nada mais, e amanhã aí estaremos todos do mesmo lado da barricada a enfrentar a dura realidade da vida.

domingo, fevereiro 08, 2004

FC Porto, 2 - UD Leiria, 1


Jogo sem grande história. Vitória justa do FCP, valorizada por uma equipa que vendeu cara a derrota e jogou taco-a-taco, sem esquemas ultradefensivos. Parabéns também à UD Leiria.

Quanto ao estado do relvado é que já não posso fazer elogios. O mesmo estado deplorável de há três meses atrás mantém-se. Algo tem de ser feito e com urgência e, sobretudo, alguém tem que dar uma explicação e assumir as suas responsabilidades.

Entretanto feche-se o Estádio do Dragão até ao Euro 2004 e continue-se a jogar no excelente relvado das Antas.

segunda-feira, fevereiro 02, 2004

MAS O QUE É QUE É ISTO?...


Estou a ficar cheio disto. Uma semana depois da tragédia Fehér, depois de uma semana de lágrimas, abraços e apelos à conciliação, acontece isto?

Mas o que é que é isto?...

No Sporting-Porto foi o que se viu e as culpas são repartidas por todos, de um lado e do outro da barricada, incluindo o árbito.

No Guimarães-Boavista depois dos abraços as chapadas. Nem sei, nem quero saber o resultado do jogo.

Embora ninguém se preocupe, se isto continua assim deixo de ir ao futebol.

domingo, fevereiro 01, 2004

LIEDSON, O TAL DO S AO CONTRÁRIO


Dei uma rápida vista de olhos às publicações online de alguns jornais e não me pareceu que algum fizesse algum comentário à actuação enganosa de Liedson em todo o jogo.

Este jogador brindou-nos no jogo anterior (Belenenses-Sporting) com uma mão cheia de golos eminentes falhados, por isso deve ter ficado convencido que, uma vez que não os conseguia de forma legal, o melhor seria acrescentar algum sal á sua excelente técnica.

Dou de barato o lance que osasionou o penalti contra o Porto, que viria a ser comvertido por Pedro Barbosa, para mim o melhor jogador em campo neste jogo, mas não posso deixar em claro as constantes simulações e palhaçadas de Liedson ao longo do jogo. Para mim a mais grave terá sido, logo nos primeiros minutos de jogo, quando Liedson, em resultado de uma disputa de bola, agride por duas vezes Jorge Costa, a primeira penso que fortuitamente, mas a segunda nitidamente é intencional. Nem sequer um cartão amarelo viu, provavelmente o árbito principal e os auxiliares estavam de costas para o lance e o juiz marcou falta só porque ouviu alguém reclamar nas bancadas...

Não estou muito de acordo com as declarações inflamadas e a quente de José Mourinho no final do jogo, embora as compreenda, mas o futebol nacional já tem incendiários que cheguem não precisa de mais nenhum. Mourinho sabe que enquanto for treinador do FC Porto será sempre duramente criticado e que quando passar a treinar outra equipa (leia-se Benfica ou Sporting) será louvado por aqueles que agora criticam as suas atitudes. É por isso que no baldenário do FC Porto os insultos constantes ao grupo funcionam sempre como mais um incentivo.

Voltando a Liedson, este jogador, segundo a imprensa, fez um jogo irrepreensível e demonstrou ser um exemplo para a juventude e um autêntico paladino do fair play.

Enquanto não formos capazes de nos autocriticarmos e de ver a justeza das opiniões dos outros, quando tivemos essa oportunidade depois de uma semana dramática para o desporto Nacional, onde tanto se prometeu, mas tão pouco foi feito para uma pacificação efctiva, não há qualquer hipótese de assistirmos a um jogo são e honesto.

SPORTING CP, 1 - FC PORTO, 1


Pois é ficou tudo na mesma no que diz respeito ao campeonato.

Quanto ao resultado, foi justo, não houve superioridade evidente de qualquer das equipas. O jogo foi mau, mas com alguma emotividade.

Os incendiários do costume ficaram com o fogo nas mãos, as claques e restantes apoiantes da duas equipas, tanto quanto sei limitaram-se a apoiar as respectivas equipas, por isso os incendiários, voltaram a atacar no fim do jogo, provavelmente desgostosos, porque os Hunos do Porto não tinham assassinado nenhuma matrona olissiponenses (esses sim civilizados), por acaso em Olisssipo até há cada vez mais adeptos do FC Porto, mas a cegueira de alguns não os deixa ver que a realidade actual está substancialmenete diferente da de há 20 ou 30 anos. Sejamos condescendentes.

Voltando ao jogo. Foi muito mauzinho e o resultado aceita-se. Quanto a espectáculo foi completo, senão vejamos: futebol algum, muito pouco; malabarismo; palhaçadas; ilusionismo; dramatismo; cor (sobretudo o azul e amarelo).

Assim vai o nosso futebol. Um jogador passou todo o tempo com simulações e palhaçadas, tendo mesmo agredido um colega de profissão e nem um cartão amarelo viu, outro estava a ser assistido de uma lesão da qual não se conhecia a gravidade (lembremos que esta semana todos assistimos à morte de Fehér), os colegas da equipa adversária foram assistí-lo, mas os colegas da sua própria equipa recomeçaram imediatamente o jogo para tirar proveito da vantagem momentânea sem se preocuparem minimamente com a gravidade da lesão do colega.

Estes faits divers não fazem o jogo, ou fazem, já não sei, mas uma equipa tem que estar reparada para tudo se quer vencer: tem que ser forte psicologicamente, tem que ser superior ao adversário, tem que saber ultrapassar os eventuais erros do árbitro e ser capaz de ultrapassar os azzares que decorrem do jogo.

Tenho que reconhecer que, embora desvalorizando estes faits divers a verdade é que embora não matem, móiem e ninguém é de ferro.

NOTA: matrona - mulher casada, não é um insulto, é que os meus amigos do Norte, esses ignorantes, podem não saber o que significa e depois ainda dizem que eu sou mal educado, que trato mal os senhores do Sul, e eu não alinho nessas divisões de Norte e Sul, tanto quanto eu sei, isso foi uma guerra no século XIX lá para as américas, e portanto estamos desfasados do local e do tempo.