terça-feira, abril 12, 2005

Petit

Raramente a Chama do Dragão faz referências, sobretudo críticas, às equipas adversárias e seus representantes, excepto quando partilham jogos com o FCP. No entanto as afirmações de Petit após o final do jogo Rio Ave-SLB e, à posteriori, o seu pedido de desculpas, merecem uma forte crítica de todos os amantes do desporto em geral e do futebol em particular, independentemente da equipa do seu coração.

Petit demonstrou uma falta de carácter e de solidariedade para com colegas da mesma profissão, para além da indignidade que é criticar alguém por desempenhar a sua profissão com qualidade. Se pelo contrário o Rio Ave, ou qualquer outra equipa, se limitasse a prestar vassalagem ao SLB e a facilitar-lhe a vitória, ou a qualquer outra equipa, o que diria Petit? E mesmo neste caso que provas teria para afirmar fosse o que fosse. Mas não o Rio Ave fez um excelente jogo na Luz e empatou 3-3 e fez um excelente jogo em Vila do Conde e ganhou 1-0.

É que há coisas que temos a obrigação de denunciar, mas temos que ter provas do que afirmamos, senão mais vale estarmos calados. Nem o pedido de desculpas e a justificação dadas por Petit merecem qualquer respeito ou consideração, porque há coisas que não se desculpam nem ao mais ignorante.

Se houvesse uniformidade por parte dos órgãos dirigentes do futebol nacional, Petit seria exemplarmente castigado. Enquanto a qualidade intelectual da maioria dos nossos agentes desportivos, nalguns caso até independentemente da modalidade, continuar a este nível, só pontualmente conseguiremos algum êxito a nível internacional.

Era bom que os dirigentes dirigissem, que os treinadores treinassem, que os árbitros arbitrassem, que os jogadores jogassem e que o público assistisse aos jogos e ao seu desenrolar de uma forma crítica e inteligente, tentando por de parte as paixões clubísticas quando a seriedade e a justiça estão em causa, doutra forma o melhor do futebol ainda continuará a ser a bola por muito tempo.

Quanto a Petit limitou-se a fazer jus ao seu nome. Foi pequeno, muito pequeno.


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