terça-feira, agosto 31, 2004

Supertaça Europeia 2004


Há dias perguntava-me o meu amigo Neves da Voz do Seven se eu estava de ressaca devido ao resultado da Supertaça Europeia. Pequena provocaçãozita de um muito querido amigo benfiquista, pronto o Neves também é da Académica e do Santa Comba, sim, o clube da terra do Botas de onde o Neves é natural, mas com o qual não tem qualquer tipo de afinidades, da mesma forma que eu também sinto um certo carinho pelo Salgueiros, pois sou natural de Paranhos, mais concretamente da Rua de Silva Porto, e vivi durante largos anos naquela freguesia do Porto. Em resposta posso dizer-te, dizer-vos, que não, não fiquei de ressaca, fiquei um pouco chateado, mas em segundos tudo voltou à normalidade. O futebol é o escape, não a vida real, mas é como o dinheiro, ajuda a ultrapassar as nossa frustrações do dia-a-dia.

Depois deste preâmbulo passemos à análise do jogo.

De um lado tivemos uma equipa cuja preparação vai adiantada e sem sobressaltos e portanto já são visíveis certos automatismos que lhes permitiram chegar à vitória final.


1 - 2


Do outro tivemos uma equipa que começou a sua preparação de forma deficiente, pois nunca pode contar com todos os seus jogadores, quer devido às férias merecidas para os que tiveram uma época tão longa, quer devido aos compromissos com a selecção olímpica, quer ainda devido a saídas importantes, a lesões de jogadores-chave, quer ainda à contratação e dispensa de vários jogadores. Acresce a tudo isso o erro crasso de Pinto da Costa com a contratação de Del Neri, pelo menos a ver pelo seu rápido despedimento e a sua substituição por Victor Fernandez. Não sei se Del Neri era ou não o treinador indicado para o FC Porto, o homem era simpático, mas não teve qualquer oportunidade de demonstrar o seu valor, se é que o tem. Quanto a Fernandez, entrou muito bem na equipa, mas esta só agora dá verdadeiros sinais estar a começar a estar fechada e o tempo de preparação e correcção é ainda escasso.

De sublinhar que ao reconhecer o erro na contratação de Del Neri, o FCP e Pinto da Costa não hesitaram e resolveram o problema no timing certo e não ficaram à espera de um novo fenómeno Octávio Machado, salvaguardadas as devidas diferenças dos personagens em questão.

O jogo foi muito táctico e com poucas oportunidades de golo, as quais foram avidamente aproveitadas pelo Valência e desperdiçadas pelo Porto, aqui o factor sorte foi importante. Durante os 90 minutos assistiu-se a um jogo equilibrado e não muito emotivo, em que ambas as equipas tiveram alternadamente períodos de maior predominância, talvez o Valência um pouco mais. No fim o resultado aceita-se prefeitamente pois o Valência foi a equipa que soube tirar melhor partido da sua preparação mais avançada e das características dos seus jogadores.

Por fim não quero deixar de dizer que não fiquei desanimado quanto ao futuro. O FCP tem uma excelente equipa, reforçada agora com a contratação do internacional brasileiro Luís Fabiano, com excelentes condições de trabalho par poder lutar em todas as frentes, onde as principais prioridades serão vencer o Campeonato Nacional e passar à segunda fase da Liga dos Campeões, tarefas que me parecem perfeitamente ao alcance da equipa. Depois tudo o que vier por acréscimo é, será, bom.

Estou esperançado em mais uma época recheada de êxitos.


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